Márcia Pereira, CEO, BANDORA
“A Bandora distingue-se pelo facto de os seus modelos preditivos de consumo energético e de temperatura ambiente poderem ser utilizados em qualquer tipo de edifício.”

Queremos saber mais sobre a Bandora.
A Bandora desenvolve um gestor de edifícios virtual que automatiza a tomada de decisão relativamente à operação dos edifícios de serviços. De momento controlamos os sistemas de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar Condicionado), nomeadamente quando ligar e desligar, qual o modo e temperatura desejados. O nosso objetivo é maximizar a performance energética dos edifícios, ultrapassar a complexidade dos atuais sistemas de IoT, apoiar a supervisão humana e melhorar o conforto dos ocupantes. O nosso primeiro cliente conseguiu a poupança de 63% no consumo de energia após um mês de utilização da Bandora e reduziu substancialmente as queixas dos seus utilizadores.
O que representa para a vossa start-up estar inserida no Taguspark?
De alguma forma significa um regressar a casa. Ambos os founders têm uma relação muito próxima com o Município de Oeiras. O Ricardo sempre colaborou em empresas tecnológicas inseridas nos diferentes parques empresariais de Oeiras e a Márcia nasceu e cresceu na freguesia de Barcarena! Mas mais do que a relação afetiva, há também o reconhecimento do Taguspark ser um polo de inovação e a origem de excelentes práticas no que concerne à Investigação e Desenvolvimento. A Bandora encontra-se numa fase de transição, com mais e novos projetos, portanto terá que aumentar a sua equipa. Acreditamos que o facto de também residirmos no Taguspark irá ser fundamental na atração de talento.
Em termos de projetos atuais, podem destacar ou revelar alguma inovação ou novo projeto em que estejam a trabalhar?
Já é do domínio público que a Bandora está inserida num grande consórcio no âmbito do PRR – Agendas Mobilizadoras. O projeto “Illiance”, liderado pela Bosch, foi aprovado e assinado no passado dia 23 de Julho. A componente da Bandora ascende os 2M€.
Podem aprofundar um pouco esse projeto?
Este projeto insere-se no domínio “habitat” e pretende dotar os edifícios do segmento residencial de projetos de inovação que contribuam para os três pilares da agenda: sustentabilidade, saúde e conforto. Esses projetos integram tecnologias que irão permitir a abertura de novos mercados, mas também os próprios processos de industrialização integram tecnologias recentes, tais como machine learning, advanced robotics e processos industriais mais sustentáveis que permitam a redução do consumo energético.
No que concerne à Bandora, durante um período de 42 meses terá uma equipa de oito novos recursos dedicados a full-time a adaptar o seu produto B2B à realidade do segmento residencial, integrando novos sistemas para além dos de ar condicionado, como carregadores de veículos elétricos e sensores ambientais. O nosso foco será não só otimizar o consumo, mas todo o ecossistema energético doméstico: consumo, produção e armazenamento.
Como se posiciona a Bandora no mercado nacional e internacional (quem são os vossos potenciais clientes, o que diferencia o vosso projeto de outros já existentes)?
A Bandora é uma solução B2B, que se destina aos edifícios não residenciais. Embora a Bandora esteja a ser comercializada diretamente ao cliente final, ou seja ao proprietário ou arrendatário do edifício, a venda por canal é a forma de escalar o negócio. As empresas de manutenção, de gestão de imóveis e de instalação de IoT, apresentam-se como os parceiros ideais da Bandora.
A Bandora distingue-se pelo facto de os seus modelos preditivos de consumo energético e de temperatura ambiente poderem ser utilizados em qualquer tipo de edifício, desde um restaurante de uma cadeia de fast food a um escritório de média dimensão, por isso, conseguimos acelerar a implementação. Para além disso, somos únicos na compreensão da importância do feedback dos ocupantes, permitindo adequar os edifícios às pessoas e não as pessoas aos edifícios.
Numa frase, indique qual a importância da inovação para o desenvolvimento social e económico.
A busca incessante pela inovação e a sua aplicação, só faz sentido se essa estiver ao serviço da população e gerar impacto positivo na economia.
Quais as perspetivas para o futuro a médio, longo prazo da Bandora?
Estamos a preparar uma ronda de investimento seed, com o objetivo primordial de reforçar a equipa de vendas. Pretendemos pôr em prática a nossa estratégia comercial, não só em território nacional, mas também internacional. A nossa perspectiva é atingir a meta de 2000 edifícios até 2024.
A Bandora chega ao Taguspark via Pitch at the Beach. Como foi essa experiência?
Foi tudo muito inesperado para nós. Tudo começou numa newsletter, que rapidamente se converteu numa inscrição rápida e fácil, até chegar a um evento estranhamente informal. Tivemos o privilégio de conviver com pessoas que noutros eventos seria impossível, ou pelo menos muito mais difícil: desde um dos founders da Starbucks, a investidores ou mesmo líderes do World Economic Forum. Ganhar a competição de startups foi também uma surpresa, pois a concorrência era bastante forte e muitos dos pitch estavam bastante bem construídos e com ideias com muito potencial.
Devido a todo o empenho, suporte e carinho da equipa do Taguspark, a Bandora pôde usufruir de um “soft landing” nas instalações do parque tecnológico. Estamos muito expectantes, pois acreditamos crescer mais e melhor em Oeiras.